COOPAVEL ALIMENTOS

8 de março de 2009

EDITORIAL


Revanche, retaliação ou desforra?

Que me desculpem os "edgaristas" apaixonados, mas o que transparece nestes primeiros dias de novo governo municipal é uma política de desforra geral contra adversário do novo prefeito. A desforra contra os 66% que não votaram no prefeito eleito. O desagravo àqueles que não acreditaram que Edgar Bueno ‘mudou’. E por isto mesmo, se mudou de verdade a pergunta que fica é; no que mudou?
Até agora, os mesmos erros e a mesma arrogância do primeiro governo é que marcam estes primeiros dias da gestão pedetista.
Até aqui, a marca do novo governo é o revanchismo contra quem estava antes no governo. O caso protagonizado pelo ex-diretor de Cultura do Município e promotor de espetáculos culturais, Wanderlei dos Anjos, na semana que passou corrobora para esta constatação. Denunciou má-vontade, perseguição e foi impedido de divulgar no Centro Cultural Gilberto Mayer espetáculo que está promovendo. Imaginem, num teatro não se poder fixar cartaz para divulgar. O que é isto? Desforra? Incompetência?

MUDOU?
A verdade é que se o prefeito mudou, ninguém percebeu ainda. Ou talvez tenha mudado, mas a sua equipe apesar das caras novas mantém a mesma arrogância, empáfia e antipatia crônica que lhe levou a bancarrota eleitoral em 2004.
As ações são as mesmas. O comportamento é o mesmo do primeiro governo. As notícias, declarações, manchetes e reclamações na imprensa semi-oficial ou atrelada o prefeito e que visivelmente é comandada pelo seu maior apoiador, o deputado Alfredo Kaefer (PSDB), têm sido marcadas pelo ódio, pelo exagero e até por denúncias vazias contra seus adversários.

REVANCHE
Mudou o que então. É revanche contra tudo e todos? Em 2001 foi contra Salazar. Agora é contra o Lísias. Mas não é só contra seus adversários político. A cólera oficial parece dirigir-se aos 66% que ousaram não votar neste governo e não concordar com suas propostas. É contra políticos, empresários que não apoiaram o prefeito eleito. Até aqueles “parceiros” que não cumpriram “tratos” passados. Tem empresa prestando serviço que está sem receber porque se cobra velho acordo? Verdade ou mentira! Realidade ou fantasia! A realidade é que a limpeza da ficha de muita gente arrisca-se a borrões. Vou revelar aos leitores; é lixo puro. O cheiro é insuportável, mas comprovar a ‘origem’ do mau cheiro é mais difícil. Quem sabe um dia!!!

A MÍDIA
Os órgãos de imprensa e jornalistas que criticaram o político profissional que queria ser deputado para ser prefeito de novo, também enfrentam o rancor de Edgar, expurgado em 2004 para voltar agora ‘limpo e modificado’. Não foi reeleito em 2004, apesar dos 44 mil votos, por seus próprios erros. Foi eleito agora, muito mais pelo erro de estratégia dos adversários do que pelos seus próprios méritos. Com todo o apoio de Alfredo Kaefer e Eduardo Sciarra conquistou apenas 50 mil votos (34% dos votos). Ou seja, 6 mil a mais que na derrota de 2004. E se a eleição fosse hoje, passados dois meses, repetiria a votação? Talvez não. Pelo menos não contaria com muitos apoios importantes. Eduardo Marassi, Arnold Lamb, Sergio Terres, Roberto Aoki e outros tantos certamente fariam outra opção. Na primeira gestão, Edgar realizou um governo medíocre, na mais completa inanição de ações e realizações (saliente-se o fraquíssimo desempenho no setor Cultural. Na época Cultura era entendida como 'cultura de soja'. Não era tratada como um complemento para o aprendizado e enriquecimento de conhecimento do povo nativo. O discurso educacional transformista do PDT, nunca passou de uma grande griff). Escola em Tempo Integral que nunca atingiu a todos e Cultura em tempo nenhum.

SEGUNDA CHANCE
Esqueçamos o passado. Eleito (de novo) o prefeito Edgar Bueno tem uma segunda oportunidade. Uma oportunidade rara de mudar e redimir-se dos erros do passado. Começou bem, nomeando um novo time, mas parou por ai. Prometeu diminuir o tamanho do governo e o que fez foi acabar com a Secretaria de Segurança, numa cidade que já matou 23 pessoas. O prefeito diz que Segurança não é com ele. É coisa do Estado. Isto é virar as costas para o povo. Se o prefeito mudou (e as pessoas de bem desta cidade torcem para que isto seja verdade), seu governo ainda não mudou. Sua política não mudou. A retaliação contra o promotor cultural, peemedebista e ex-membro do governo Lísias é inaceitável numa cidade de quase 300 mil habitantes. Salvo melhor juízo, ou foi incompetência da Assessoria de Comunicação, que por conta própria resolveu retaliar, ou é revanchismo mesmo, comandado pelo ódio político do ex-prefeito. O Blog do Maleski torce para que não seja nenhuma coisa e nem outra. Que seja um grande mal entendido. Cascavel merece mais. Cascavel não merece um tempo de “guerra e mesquinhez’ política. A cidade torce, clama e aguarda peal recuperação do prefeito. A expectativa é de que faça um governo para todos e não só para os seus (34%) mas para todos. Que marque positivamente o seu nome como um grande prefeito e não alguém que passou por duas vezes e, simplesmente passou. Será que vamos amargar nova decepção? Se isto acontecer, a fé de que o ‘homem’ merece uma segunda chance cairá por terra. Meu pai sempre dizia, “Errar é humano, mas persistir no erro é uma burrice sem tamanho", tomara que neste caso, a máxima não se aplique. Se não senhores, boa sorte e até 2.012, quando será possível devolver toda esta “estupidez”, esta falta de saber e de cultura nas urnas.

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