COOPAVEL ALIMENTOS

25 de março de 2009

DISPENSA DE INTERSTICIO



Hoje não temos sessão na Câmara de Vereadores. Infelizmente nossos legisladores estão deveras estafados por causa da pauta de ontem, cinco projetos e um anteprojeto. Por isto, apelaram mais uma vez para a salvadora dispensa de interstício. Isto é que eu chamo de vida boa... O nome é pomposo e bonito e na maioria das vezes engana direitinhos os eleitores touxas que ficam sem saber o quê é dispensa de interstício. Para quem não sabe, na prática a expressão nada mais é que dizer que os vereadores decidiram "gazetear" a votação marcada para o dia seguinte. Como a cada semana tem que trabalharem apenas dois dias, conseguem com o artifício da dispensa de interstício, trabalhar apenas um e votar tudo. Depois é só alegria. Dá para ir para casa, passear, pescar ou fazer compras com o mega salário de R$ 6.192,00.

MANIA FEIA
Os vereadores de Cascavel não tomam jeito mesmo. Falou em trabalhar, já querem descansar. Pedir dispensa de “interstício” e gazetear a votação virou regra e não exceção. Mas que mania mais feia. É inexplicável, para quem tem como quase única tarefa (votar), escapar da obrigação de fazer a votação em dois dias. Para evitar ficar em plenário e poder cuidar de seus ‘afazeres’ domésticos, particulares, ou seja, lá como se chame o que faz nos demais dias em que não há votação, que peçam para votar tudo num dia só dia. É assim que ano, apos anos, eleição após eleição, legislatura após legislatura os vereadores seguem gazeteando o trabalho. Lembro do ex-vereador Fernando Fontana que até tentou colocar cartão ponto para vereador. Quase foi linchado pelos seus pares. Não é possível que os vereadores continuem a escapar malandramente da sua obrigação regimental de comparecer pelo menos dois dias na semana, no período da manhã, a partir das 9 horas, para discutir leia que possam garantir aos munícipes melhores condições de vida, justiça e ordem. E olhe que para estarem apenas duas vezes por semana, em horário determinado para trabalhar, ganham o mega-salário de (R$ 6.192,00), que é metade do que recebe um deputado estadual.
EXCEÇÃO
O que era para ser exceção virou regra. Dispensa de interstício só seria justificável por algum motivo altamente relevante, tipo a morte do prefeito ou de uma autoridade muito importante. Ou em caso de uma calamidade pública ou a presença na cidade de uma autoridade relevante como o governador ou o presidente da república. Fora isto, os vereadores deveriam estar em plenário, votando. Para quem não sabe, Interstício é um intervalo regimental de 24 horas entres votações, altamente importante para que permita até a mobilização da sociedade, caso os vereadores estejam votando contra a vontade do povo, ou alterando alguma lei vai contra o interesse de uma classe ou categoria.
DISPENSADOS
A dispensa de interstício permite que num mesmo dia um projeto seja discutido, votado em primeira e segunda votação e por tanto sacramentado, seja bom ou ruim, sem direito a berro ou chio da população. Por tanto está na hora dos vereadores criarem vergonha na cara, antes que a população de dispensa de interstício permanente para eles. Se não vejamos dos atuais 15 vereadores, apenas Julio César, Otto Reis, Léo Mion e Mario Seibert voltaram. O resto todo foi dispensado por pelo menos quatro anos. Só para registro, quem pediu dispensa de interstício desta vez foi o vereador calouro Gilmar Gaitkoski.

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