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19 de março de 2011

ESCANDALO DOS RADARES – EX-DIRETOR DA CETTRANS DIZ EQUIPAMENTOS CUSTAM MENOS

CONJUNTO DE RADARES INSTALADOS EM CASCAVEL
CUSTAM MENOS DE R$ 50 MIL A UNIDADE 

Quanto custa a tecnologia empregada nos equipamentos que viraram febre para controlar o ímpeto dos motoristas em acelerar nas grandes cidades. Os Radares Eletrônicos, chamados ‘pardais’, que tiveram sua imagem depenada em rede nacional nos noticiários esta semana, podem estar superfaturados.
A hipótese foi levantada pelo ex-presidente da Cettrans (Companhia de Transporte e Trafego de Cascavel), Willian Fischer, durante entrevista ao programa Bate Rebate (CATVE) esta semana. 
Ao comentar as abrasadoras denúncias formuladas pelo programa "Fantástico", da Rede Globo de TV, que apresentou reportagem no último domingo, sobre a indústria das multas, que suga do bolso dos motoristas de vários Estados do País verdadeiras fortunas e revelou a montagem fraudulenta de licitações, pagamento de comissões para prefeitos corruptos instalarem lombadas e radares eletrônicos, os conhecidos pardais. 

SUPERFATURAMENTO
O ex-presidente não quiz traçar paralelos entre o contrato recém firmado em Cascavel e as escandalosas denúncias formuladas pelo Fantástico, mas que contratou a empresa Fiscal Tecnologia e Automação Ltda, para operar o sistema na cidade ao 'módico' custo de R$ 180 mil por mês de aluguel e que ao final de três anos terá embolsado R$ 6,4 milhões para emprestar os multadores eletronicos.
"Este conjunto de equipamentos é de tecnologia bastante simples. No tempo em que estivemos frente a companhia avaliamos e cada conjunto de equipamentos deste, composto por câmeras, instalados no chão, postes e tudo mais custaria para comprar entre R$ 30 mil e R$ 50 mil", disse.
Confirmados estes valores, a opção pelo aluguel do equipamento ficou muito mais caro para a cidade. Mesmo que os equipamentos custassem absurdos R$ 100 mil cada um dos 25 conjuntos entre postes com radares e lombadas eletronicas, o custo não passaria de R$ 2,5 milhões, ou seja um terço do valor a ser pago em três anos. Lançando assim uma nuvem de suspeitas sobre os elevados valores acordados em Cascavel para operação dos sistema pelo prefeito municipal. 
Ainda segundo Willian Fischer, a licitação que quase foi realizada em sua gestão esbarrou no elevado custo (entre R$ 2,8 milhões e R$ 3 milhões) para a compra dos equipamentos e, admitiu ter recebido um "modelito" para confecção do edital. "Acabamos recusando e cancelando tudo", disse.
Na opinião de Willian, de um governo para outro, o valor não pode ter crescido tanto para cada equipamento, que no caso de compra totalizariam ao preço da licitação anterior não mais que R$ 1,250 milhão pelos 25 conjuntos.  Disse ainda que os programas de controle são simples e podem ser operados pela prefeitura e pela Celepar (Companhia de Informática do Paraná). 

ALUGUEL

Para Willian o valor vai da opção entre comprar e alugar. “Não sei se a diferença de preço esta ai. Mas adianto que eu nunca faria a opção pelos radares fixos do tipo pardais. Eles vão acabar se mostrando ineficientes, porque todo mundo vai acabar sabendo onde estão e irão se tornar lombadas eletrônicas. Resultado disto é que as multas este mês já caíram consideravelmente. Mas acho que é preciso controlar e usar furões e radares não estáticos. O poder público não pode deixar de averiguar do ponto de vista ético todos os aspectos da licitação. O prefeito precisa vir a público e tomar as medidas necessárias e esclarecer, para que não se paire duvidas sobre o serviço em Cascavel”, recomendou. 

ACHISMO
O vereador Otto dos Reis Filho (PDT), que conseguiu aprovar requerimento na Câmara de Vereadores esta semana, onde pede que o prefeito tome medidas administrativas para apurar possíveis irregularidades no contrato e no processo de licitação que definiu a empresa vencedora para instalação dos Pardais em Cascavel, que se antecipe ao requerimento e faça manifestação públicas sobre o contrato. “Ele não precisa esperar o prazo regimental para dar uma resposta. Com um caso com tamanha repercussão e diante das denúncias de existência de uma máfia nacional dos Radares, é oportuno que se antecipe de declare e tranqüilize a população sobre a legalidade e isenção da empresa vencedora em Cascavel ou não”.  
O prefeito, que está em Brasília cumprindo agenda oficial e que deve passar o fim de semana em Curitiba, onde tem compromissos pré-agendados no governo na segunda-feira, limitou-se a manifestar via assessoria de imprensa sua opinião sobre o caso. Segundo a assessoria, o prefeito está acompanhando as noticias a respeito, mas por enquanto entende que as denúncias não respingam em Cascavel e que as noticias locais não passam de achismos. “Aqui não temos nenhuma denúncia formalizada e não foi notificada nem a prefeitura e nem a Cettrans sobre qualquer informação a respeito do caso".
   


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