COOPAVEL ALIMENTOS

31 de março de 2009

CASO JULIETA BUENO


ACOMPANHE: Reportagem exclusiva da Gazeta do Paraná, públicada na edição desta terça-feira (31) e que trás documentos reveladores e que aumentam e trazem novas suspeitas sobre possiveis regularidades na compra, venda e permuta - e inclusive nas avaliações - dos terrenos permutados em troca de pagamento da área do Julieta. Os laudos mostram que as avaliações das áreas dadas em pagamento do municipio, foram feitas no minimo um ano antes da avaliação da área de Julieta, que aconteceu em 02 de setembro de 2002, após a conclusão e inauguração da obra. A permuta só foi sacramentada em março de 2003, por R$ 744 mil. Saliente-se que este valor é apenas um pouco maior que outra área de terra em lítigio, que em 2006 foi considerada superfaturada ao ser desapropria pela prefeitura para construção de um cemitério por R$ 680 mil, com suas devidas avaliações. O problema é que mesmo quase 5 anos de diferença entre a compra da área do Julieta e o fazimento e desfazimento do cemitério (2006) na gestão Lísias, o que salta aos olhos é que a área do cemitério, tinha avaliação de mercado muito menor. Falava-se em R$ 350 mil ou seja, quase a metade do valor pago pela desapropriação. Reservada as diferenças e semelhanças dos dois casos, parece no minimo estranho os procedimentos adotados e merecedores de uma investigação exemplar sobre a transação. A grosso modo, no estilo de negócio imobiliário local por grandes áreas de terra, os 144 mil m² do Julieta Bueno, que equivalem a 5,9 alqueires, acabaram custando, salvo melhor juizo, a preço de hoje, quase 3 mil sacas de soja por alqueire.



Salazar: “Não há explicação.

Querem explicar o inexplicável”


Os terrenos dados em permuta pela Prefeitura de Cascavel para a empresas Mascor Imóveis Ltda, dona da área onde hoje está instalado o Projeto Habitacional Julieta Bueno, foram feitos praticamente um ano antes do laudo de avaliação do Julieta.
A denúncia foi feita pelo ex-prefeito Salazar Barreiros a Reportagem da Gazeta do Paraná, com a entrega de documentos que comprovam a estranha transação. Os laudos de avaliação nº 055/2001 é relativa ao lote nº 01-B da Quadra 19, do Loteamento Jardim Santo Antônio, com área de 1.766,54 m², avaliado em R$ 26.500,00 em 21 de agosto de 2001. Avaliação feita possivelmente antes da ampliação da Avenida Brasil, com pista dupla e com iluminação novo até a FAG, o que certamente valorizou a área, lembra o ex-prefeito.
O laudo nº 056/2001, também de 21 de agosto de 2001, avaliou o lote nº 09, da quadra nº 22, do Loteamento Jardim Novo Milênio, com área de 32.061,66 m² com valor de R$ 481.000,00, segundo protocolo de 20 de agosto de 2.001, ou seja um dia antes da avaliação.
Já o laudo nº 057/2001, diz respeito ao lote nº 08 da Quadra UP do Loteamento Ninho da Cobra, com área de 9.839,64 avaliado em 21 de agosto de 2001 pelo valor de R$ 197.000,00. Os três laudos de avaliação levam a assinatura da Comissão Permanente de Avaliação nomeado pelo Decreto nº 5.226/01 de 31 de janeiro de 2001, composta por Sady Cláudio Bodaneze (presidente), Sérgio Kasprezak, Roberto Aoki e Bazilio Braugini.
O fato estranho é que os três laudos foram feitos já com a finalidade de permuta entre o Município de Cascavel e a Mascor Imóveis Ltda, no entanto a avaliação da área da Mascor, que abriga hoje o Conjunto Habitacional Julieta Bueno, só foi feita um ano e um mês depois, em 2 de setembro de 2002, conforme documento anexo. O laudo de avaliação nº 064/2002, avaliado pela mesma comissão, e relativo ao lote nº 206-A-1 da Gleba São Francisco do Lopei - 11º Perímetro, com área de 144.290,73 m², cujo protocolo pedindo avaliação tinha data de 25 de junho de 2001, só foi feito em 2 de setembro pelo valor de R$ 744.500,00.
Mais estranhos ainda é que a portaria do prefeito (nº 178/2003), aprovando os laudos de avaliação só foi assinada pelo prefeito Edgar Bueno em 13 de março de 2003, ou seja 19 meses após a avaliação dos imóveis que a Prefeitura deu em permuta pela área do Julieta Bueno.

INEXPLICÁVEL

Segundo o ex-prefeito Salazar Barreiros, a intenção já manifestada do prefeito atual de ir a Câmara explicar esta transação, para fugir de uma investigação da CEI da Cohavel é uma grande falsidade. “Ele até pode ir a Câmara explicar o inexplicável, mas diante dos fatos e documentos, não há explicação. Quanto ao que está escrito, não há argumento”, disse. Salazar manifestou estranheza sobre as declarações de integrantes da CEI, que de antemão não querem investigar fatos que possam ir além dos terrenos vendidos pelo ex-presidente Vilson de Oliveira e algumas verbas do Fundeb destinados a construção de escolas.
Para o ex-prefeito é totalmente irregular e configura improbidade administrativa construir em terreno que de fato não era da prefeitura. A diferença entre avaliações já demonstra o tamanho da irregularidade cometida. Eu tenho certeza de que estamos diante de um dos maiores atos de improbidade administrativa da história de Cascavel, mas não foi apurado no passado e não será apurado agora. Não me perguntem porque”, disse numa flagrante insinuação de que não confia na apuração dos vereadores e tão pouco que o Ministério Público leva adiante o caso de suspeita de superfaturamento e improbidade administrativa no caso Julieta Bueno.

Edgar não comparecerá está
semana para explicar denúncia

O Secretário Chefe de Gabinete, Atair Gomes da Silva confirmou a disposição do prefeito Edgar Bueno (PDT) em atender ao convite do presidente da CEI da Cohavel para que explique em sessão ordinária da Câmara a denúncia formulada pelo vereadores Julio Cesar Leme da Silva (PMDB) de possível superfaturamento na permuta de áreas de terra na primeira Gestão Edgar Bueno e outras irregularidades cometidas na gestão da Cohavel.
No entanto, o prefeito Edgar Bueno não deve comparecer na sessão de hoje (31), nem na de quarta-feira. O prefeito estava ontem em São Paulo onde participa de um curso especialmente sobre Gestão Ambiental e de Sistemas de Informática, promovido da Editora Abril e só deve retornar a Cascavel na quarta-feira a tarde.
“Eu acho importante que o prefeito vá a Câmara e esclareça. Não se trata de uma convocação e sim de um convite e será oportunidade para esclarecer algumas duvidas levantadas. Nada melhor que o prefeito para falar de como se deu a operação. Ele tem conhecimento de todos os tramites”, disse Atair.
Na opinião de Atair não há irregularidades, que deverão ser esclarecidas na sessão legislativa da semana que vêm.







Um comentário:

  1. Que tal apurar todas as irregularidades de todas as gestões?

    Passar tudo a limpo, doa a quem doer?

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